sexta-feira, 21 de maio de 2010

PASSARELA



Franjas e babados balançam nessa passarela em que desfilam não apenas sapatos Christian Dior, mas também lágrimas, sorrisos, sofrimento, felicidade, lições de vida, nuvem, fogo e, acima de tudo, futilidade.
Essa roupa cor de negro, cor de mulato, de índio, de branco, cor de pátria, que desfila em ossos de humanidade, exibem os sete pecados capitais em olhos que não se olham mais (não precisa).
O ruivo, o preto, o loiro em cachos ou lisos longos e curtos que aquecem a essência que aos poucos foi esquecida, transformando o grande prazer de pensar e criticar até mesmo em ignomínia. Cuidado! Pensamentos libidinosos não alimentam a essência, apenas dão prazer momentâneo - imaginário – e não sustentam a personalidade exigida para a perpetuação.
Esse samba, esse balanço, que deixou de alimentar cultura e tradição, balança luxuria – tradição.
A escola da vida não é mais respirar – viver – errar – aprender. Os olhos enxergam essa passarela, e o que os olhos não podem ver, a futilidade sente e comanda. E no dia em que as máscaras caírem, a padronização de pensamento terá que ser feita de outra forma – talvez as câmeras, microfones e comentaristas já tenham sido extirpados.
Por: Bianca Vieira
Em: 07/04/2010

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