terça-feira, 1 de novembro de 2011

Às vezes de noite


Às vezes, de noite,
acordo com muito medo
de alguém roubar os meus segredos,
às vezes, de noite.
Às vezes, de noite,
adormeço e no lume da vela
estou desperta e mais velha
às vezes, de noite.
Às vezes, de noite,
no meu sonho corre um rio
que me faz tremer de frio,
às vezes de noite.
Às vezes, de noite,
me digo que sou boa, que sou meiga e que sou bela.
E cresci. E estou cega.
Às vezes de noite.
Sérgio Caparelli

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